Na comunidade francesa do Brasil, diz-se cada vez mais
e mais que não é muito fácil trabalhar com brasileiros... mas os brasileiros
também falam de sua vida no trabalho com os franceses. Para saber mais, a
Recursimo, nossa empresa de conselho e de treinamento, realizou uma enquete com
quase 400 gerentes franceses e brasileiros: quais são as dificuldades e as
riquezas de trabalhar juntos?
Essa enquete foi realizada por correio, de janeiro à
março de 2013, respeitando o anonimato das pessoas. A maioria das respostas veio
de responsáveis atuando na região do Rio de Janeiro.
O objetivo era de conhecer melhor as necessidades de
treinamento para propor soluções adaptadas às dificuldades. Sabemos que em média
o custo da expatriação por um salário e uma família é de aproximadamente 300
000 euros por ano para cada empregado. Uma grande perda quando o dito empregado
regressa à França após uma expatriação curta e difícil, sem esquecer os custos
humanos para cada membro da família e o choque cultural do retorno.
Em nossa enquete, os responsáveis franceses admiraram
nos brasileiros a sua boa vontade e o seu desejo de aprender. A maior parte
entre eles lamenta algumas falhas que implicam na empresa: falta de fidelidade
e também de organização: negligência e esquecimentos, e uma visão de tempo em
curto prazo, sem planificação. Contudo, eles estimam qualidades no
relacionamento com os brasileiros: gentileza, capacidade de criar um bom
ambiente de trabalho, obediência e flexibilidade. O fator cultural que
desorienta mais é a dificuldade dos brasileiros de dizerem “não” ou ainda “eu
não sei”. Certamente que esses julgamentos dependem das representações de cada
um, elas mesmas são sujeitas às origens culturais, valores e experiências
profissionais.
Para melhor entender, perguntamos aos gerentes
franceses como eles se vêem.
Eles se julgam sérios, eficazes, profissionais e
rigorosos, e às vezes “arrogantes e queixosos”. Seu modelo de profissionalismo
é a obtenção de resultados pelo respeito de prazos, custos e qualidade. Eles
pensam que seu gerenciamento é muito eficaz, ainda que possa ser “autoritário,
arcaico e paternalista” e que não se permite obter sempre os resultados
desejados. Eles percebem que falta a eles mesmos um treinamento e a uma metade
que não sabe como lidar com um estresse relativamente perigoso.
O que nós podemos deduzir?
O circulo vicioso se define como: os fatores de
estresse originados dos brasileiros (gestão
do tempo, organização,...) sobre os franceses se combinam com a pressão da sede das empresas longe do Brasil,
que minimiza ou então ignora as dificuldades culturais. Esse estresse sentido
pelas equipes repercute também entre os colegas brasileiros, os quais se sentem
agredidos pela pressão das atitudes de passividade ou de evitação, que acentua
o estresse dos colegas franceses. Um círculo vicioso que contribui para um
constrangimento recíproco.
Os franceses recomendam treinamentos para os
brasileiros para ajudá-los a respeitar os prazos, de serem pontuais, mais
rigorosos, e capazes de dizerem “não” e etc. Por eles mesmos, eles dizem querer
melhorar o gerenciamento de seu estresse e de saber adaptar suas maneiras pois
muitos aspiram até mesmo que “bem administrando os brasileiros, pode-se ter uma
produtividade maior do que a dos franceses”. De fato, as duas nacionalidades
valorizam a riqueza do encontro. Sabendo que as questões culturais são
variáveis, pouco flexíveis e pertencentes à identidades coletivas fortes, nos
resta apenas transformar o círculo vicioso em círculo virtuoso. Ao viver e
trabalhar juntos aprende-se que, como constatamos que a naturalidade e a boa
vontade não são sempre o suficiente.
Os brasileiros admiram o profissionalismo dos
franceses, os franceses admiram as aptidões para se bem relacionar dos
brasileiros, e todos apreciam o prazer de estarem juntos. Conjugar essas
disposições para otimizar as relações merece ser trabalhado. Nossa performance
não pode ser unicamente técnica, ela depende também de nossa capacidade a saber
aprender bem nas relações do cotidiano e de saber gerir as nossas diferenças
culturais.
O momento de relaxar: lazeres, esportes,
família...como o treinamento em administração intercultural, coaching, a gestão do tempo e do estresse fazem parte
de respostas eficazes, de maneira à confortar aquilo que todos teremos de
passar: o prazer de trabalhar juntos, um verdadeiro motor de eficácia.
Françoise DONANT para RECURSIMO CONSULTORIA INTERCULTURAL
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