jeudi 30 janvier 2014

ENQUETE INTERCULTURAL SOBRE O GERENCIAMENTO FRANCO-BRASILEIRO


Na comunidade francesa do Brasil, diz-se cada vez mais e mais que não é muito fácil trabalhar com brasileiros... mas os brasileiros também falam de sua vida no trabalho com os franceses. Para saber mais, a Recursimo, nossa empresa de conselho e de treinamento, realizou uma enquete com quase 400 gerentes franceses e brasileiros: quais são as dificuldades e as riquezas de trabalhar juntos?

Essa enquete foi realizada por correio, de janeiro à março de 2013, respeitando o anonimato das pessoas. A maioria das respostas veio de responsáveis atuando na região do Rio de Janeiro.
O objetivo era de conhecer melhor as necessidades de treinamento para propor soluções adaptadas às dificuldades. Sabemos que em média o custo da expatriação por um salário e uma família é de aproximadamente 300 000 euros por ano para cada empregado. Uma grande perda quando o dito empregado regressa à França após uma expatriação curta e difícil, sem esquecer os custos humanos para cada membro da família e o choque cultural do retorno.

Em nossa enquete, os responsáveis franceses admiraram nos brasileiros a sua boa vontade e o seu desejo de aprender. A maior parte entre eles lamenta algumas falhas que implicam na empresa: falta de fidelidade e também de organização: negligência e esquecimentos, e uma visão de tempo em curto prazo, sem planificação. Contudo, eles estimam qualidades no relacionamento com os brasileiros: gentileza, capacidade de criar um bom ambiente de trabalho, obediência e flexibilidade. O fator cultural que desorienta mais é a dificuldade dos brasileiros de dizerem “não” ou ainda “eu não sei”. Certamente que esses julgamentos dependem das representações de cada um, elas mesmas são sujeitas às origens culturais, valores e experiências profissionais.

Para melhor entender, perguntamos aos gerentes franceses como eles se vêem.
Eles se julgam sérios, eficazes, profissionais e rigorosos, e às vezes “arrogantes e queixosos”. Seu modelo de profissionalismo é a obtenção de resultados pelo respeito de prazos, custos e qualidade. Eles pensam que seu gerenciamento é muito eficaz, ainda que possa ser “autoritário, arcaico e paternalista” e que não se permite obter sempre os resultados desejados. Eles percebem que falta a eles mesmos um treinamento e a uma metade que não sabe como lidar com um estresse relativamente perigoso.

O que nós podemos deduzir?

O circulo vicioso se define como: os fatores de estresse originados dos brasileiros (gestão do tempo, organização,...) sobre os franceses se combinam com a pressão da sede das empresas longe do Brasil, que minimiza ou então ignora as dificuldades culturais. Esse estresse sentido pelas equipes repercute também entre os colegas brasileiros, os quais se sentem agredidos pela pressão das atitudes de passividade ou de evitação, que acentua o estresse dos colegas franceses. Um círculo vicioso que contribui para um constrangimento recíproco.

Os franceses recomendam treinamentos para os brasileiros para ajudá-los a respeitar os prazos, de serem pontuais, mais rigorosos, e capazes de dizerem “não” e etc. Por eles mesmos, eles dizem querer melhorar o gerenciamento de seu estresse e de saber adaptar suas maneiras pois muitos aspiram até mesmo que “bem administrando os brasileiros, pode-se ter uma produtividade maior do que a dos franceses”. De fato, as duas nacionalidades valorizam a riqueza do encontro. Sabendo que as questões culturais são variáveis, pouco flexíveis e pertencentes à identidades coletivas fortes, nos resta apenas transformar o círculo vicioso em círculo virtuoso. Ao viver e trabalhar juntos aprende-se que, como constatamos que a naturalidade e a boa vontade não são sempre o suficiente.

Os brasileiros admiram o profissionalismo dos franceses, os franceses admiram as aptidões para se bem relacionar dos brasileiros, e todos apreciam o prazer de estarem juntos. Conjugar essas disposições para otimizar as relações merece ser trabalhado. Nossa performance não pode ser unicamente técnica, ela depende também de nossa capacidade a saber aprender bem nas relações do cotidiano e de saber gerir as nossas diferenças culturais.

O momento de relaxar: lazeres, esportes, família...como o treinamento em administração intercultural, coaching,  a gestão do tempo e do estresse fazem parte de respostas eficazes, de maneira à confortar aquilo que todos teremos de passar: o prazer de trabalhar juntos, um verdadeiro motor de eficácia.    



Françoise DONANT para RECURSIMO CONSULTORIA INTERCULTURAL

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