mardi 4 février 2014

A INTERCULTURIDADE: UMA AVENTURA DE RELAÇÕES


No contexto de globalização, que facilita as mudanças e trocas entre países,e portanto, entre culturas, a “interculturalidade” aparece como um novo termo da “moda”, cada vez mais e mais presente em nosso vocabulário mas frequentemente desprovido de significado.

             
Photograph by Daniela Ponce, My shot
Quando falamos em interculturalidade, as principais questões esquecem até mesmo a noção de “inter” e de “cultura”: “Então,  você compara os franceses e brasileiros no trabalho, por exemplo?”, “Você compara as diferenças culturais entre os países?” “Você poderia então nos dizer a chave para mudar nosso comportamento com os brasileiros?”

Mas a interculturalidade quer dizer muito mais que isso. Retomemos a definição do Conselho Europeu em 1986: “O uso da palavra interculturalidade implica necessariamente, se nós atribuirmos o prefixo “inter” a sua significação: interação, troca, eliminação de barreiras, reciprocidade e verdadeira solidariedade. Se, ao termo “cultura” reconhecemos todo o seu valor, isso implica o reconhecimento de seus valores, de modos de vida e de representações simbólicas aos quais os seres humanos se referem em suas relações com os outros e em sua concepção do mundo”.

Essa definição nos leva ao conhecimento e reconhecimento do Outro  na sua diferença. A interculturalidade é o querer conhecer o Outro, compreendê-lo ou ainda dar um sentido aos seus comportamentos e não apenas julgá-lo.
A interculturalidade é, antes de tudo, o ato de se questionar sobre sua própria cultura e saber reconhecer de onde vem suas próprias atitudes e reações, assim como sua percepção do mundo. É saber abrir-se para poder se abrir aos outros.


Em um mundo voltado para o materialismo e individualismo, a interculturalidade deveria nos aproximar mais do “ser” do que do “fazer”. Sim, nós nos ensinamos a adotar um comportamento melhor para “construir” boas relações com os brasileiros. E é também frequente a comparação dos franceses e brasileiros ao analisar sua maneira de “fazer” seu quotidiano.

Mas sobretudo nos aproximamos da cultura através da  compreensão e respeito do seu “ser”, como se cada país fosse uma pessoa a parte, com sua estrutura de personalidade, sua história, seus valores, que cada um dos membros de sua família, aqui nos referimos a população, tem um pouco em si. Como uma pessoa, ela evolui, ela amadurece e ela se transforma.

Temos de estar conscientes de que essa pessoa não é perfeita, mas que ela muito nos oferece a oportunidade de crescer, de nos enriquecer, e que se não sentimos imediatamente uma complementariedade com ela, deve-se então buscar a riqueza escondida dessa relação com o Outro, que frequentemente nos remete a nossa própria história. Como uma pessoa, nós podemos amar uma cultura, detestá-la, identificar-se com ela em um dado momento de nossas vidas e nos separarmos.

As culturas são vivas e evoluem através dos acontecimentos sociais, políticos e econômicos, tanto, que é através de reações emocionais e comportamentais que elas atravessam o curso de nossa história. Todas essas dinâmicas levam consigo uma nova e construtiva visão da relação intercultural.
"Diversity"
 photo and caption by Kaitlyn  Larkin,
NG Constest,2013

“Ser intercultural” é transmitir o sentido da compreensão de uma cultura, poder se colocar na pele do Outro. Não é mudar seu comportamento para se adaptar ao outro, mas transformar a si mesmo, seu olhar, acreditando em nossa capacidade mútua de evoluirmos juntos. 





Amandine PELLIZZARI para Recursimo Consultoria – Especialista de interculturalidade. 
www.recursimo.com
Photos: National Geographic

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